quarta-feira, 1 de maio de 2019

Reabilitação do tradicional em Portugal


Restaurar um edifício
É restabelece-lo num
Estado que nunca existiu
anteriormente.
Viollet-le-Duc, 1855


Bom dia Sixty’s.
A preservação do património arquitetónico é parte essencial da própria memória que o Homem vai construindo e legando.
A sua conservação e reabilitação é a arte de conciliar o desejável e o possível, juntando o indispensável conhecimento ao bom senso que é ingrediente fundamental para o sucesso.
É hoje um dado adquirido que o setor da construção em Portugal está em profunda transformação, tanto na obra pública como na área dos edifícios; neste ocorrem em simultâneo vários fenómenos que não podem deixar de ser considerados.
Consta-se um esgotamento da capacidade e da vontade de prosseguir a construção de novas edificações, o que se deve, em primeiro lugar, à situação de penúria financeira em que o País viveu relativamente à pouco tempo e à falta de crédito disponível para construção e aquisição, o que conduz à existência de muitos milhares de casas construídas e desabitadas ou em processo de construção que a crise interrompeu.
Assim, a valorização da reabilitação, que agora recebe esta inesperada e trágica ajudo do colapso da construção nova, tem toda a lógica, qualquer que seja o ângulo sob o qual pode ser olhada; a reabilitação, e por maioria de razão, a conservação, é quase sempre uma opção inteligente e racional, quer do ponto de vista cultural quer nos aspetos ambientais e económicos.
Por isso, hoje, trago-vos alguns projetos espalhados pelo nosso País de Norte a Sul, onde podemos conciliar a tradicionalidade com a modernidade.

1. Penafiel: Edifício para Enoturismo



Google Earth ativo… e bora lá dar uma espreitadela neste projeto do Diogo Aguiar StudioOpondo-se à densa compartimentação originalmente existente, o edifício organiza-se agora numa sucessão de espaços em continuo definindo o desenvolvimento do programa no tempo: a sala de provas, a vinoteca, a mezzanine e a loja.



2. Aveiro: Sede Ubiwhere



Pela cidade de Aveiro encontrámos duas habitações com mais de 100 anos de história, onde a Ubiwere encontrou o espaço ideal para a nova sede da empresa.
Acompanhadas pelo abandono, via-se no local uma intervenção exigente onde a principal dificuldade era manter a essência da passagem do século, adotando-o com especial cuidado e autencidade aos dias de hoje.
Preservação e restauro foram as palavras chave deste projeto.




3. Angeja: Celeiro Ribeira do Fontão



Ainda pela cidade de Aveiro encontrámos um celeiro datado de 1959 levado ao abandono.
A vista e a relação com a Ribeira do Fontão e as regras de projetar numa estrutura preexistente acrescentando-lhe elementos novos foram os pontos cruciais no desenvolvimento deste projeto pelo Arquiteto Manuel Damião Santos.
Com custos reduzidos e um orçamento vinculativo, a organização do espaço procura criar zonas habitáveis “mais ou menos nobres”.



4. Pinhel: Entre Portas



Por Pinhel passámos e encontrámos uma antiga casa transformada num bar-restaurante. Daqui aproveitou-se as paredes perimetrais em pedra e a cobertura em estrutura de madeira. Daí cresceu então, uma volumetria pétrea, em betão à vista, que determina o espaço e a distribuição das várias áreas funcionais do programa.



5. Espiunca: Casa Rural



Agora por Arouca, mais concretamente na aldeia de Espiunca, num local pacato e de descanso, encontramos dois edifícios construídos a diferentes cotas, ambos construídos em alvenaria de xisto e com coberturas tradicionais.
Sem criar contrastes dramáticos na envolvente, o ABProjetos, desenvolveu-se a reabilitação e ampliação das construções existentes, adotando-as às necessidades de habitabilidade e de conforto atuais.



Esperamos que tenham gostado destas reabilitações tanto quanto nós.

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