Restaurar um edifício
É restabelece-lo num
Estado que nunca existiu
anteriormente.
Viollet-le-Duc, 1855
Bom dia Sixty’s.
A
preservação do património arquitetónico é parte essencial da própria memória
que o Homem vai construindo e legando.
A
sua conservação e reabilitação é a arte de conciliar o desejável e o possível,
juntando o indispensável conhecimento ao bom senso que é ingrediente
fundamental para o sucesso.
É
hoje um dado adquirido que o setor da construção em Portugal está em profunda
transformação, tanto na obra pública como na área dos edifícios; neste ocorrem
em simultâneo vários fenómenos que não podem deixar de ser considerados.
Consta-se
um esgotamento da capacidade e da vontade de prosseguir a construção de novas
edificações, o que se deve, em primeiro lugar, à situação de penúria financeira
em que o País viveu relativamente à pouco tempo e à falta de crédito disponível
para construção e aquisição, o que conduz à existência de muitos milhares de
casas construídas e desabitadas ou em processo de construção que a crise
interrompeu.
Assim,
a valorização da reabilitação, que agora recebe esta inesperada e trágica ajudo
do colapso da construção nova, tem toda a lógica, qualquer que seja o ângulo
sob o qual pode ser olhada; a reabilitação, e por maioria de razão, a
conservação, é quase sempre uma opção inteligente e racional, quer do ponto de
vista cultural quer nos aspetos ambientais e económicos.
Por
isso, hoje, trago-vos alguns projetos espalhados pelo nosso País de Norte a
Sul, onde podemos conciliar a tradicionalidade com a modernidade.
1. Penafiel: Edifício para Enoturismo
Google
Earth ativo… e bora lá dar uma espreitadela neste projeto do Diogo Aguiar Studio. Opondo-se
à densa compartimentação originalmente existente, o edifício organiza-se agora
numa sucessão de espaços em continuo definindo o desenvolvimento do programa no
tempo: a sala de provas, a vinoteca, a mezzanine e a loja.
2. Aveiro: Sede Ubiwhere
Pela
cidade de Aveiro encontrámos duas habitações com mais de 100 anos de história,
onde a Ubiwere encontrou o espaço ideal para a nova sede da empresa.
Acompanhadas
pelo abandono, via-se no local uma intervenção exigente onde a principal
dificuldade era manter a essência da passagem do século, adotando-o com
especial cuidado e autencidade aos dias de hoje.
Preservação
e restauro foram as palavras chave deste projeto.
3. Angeja: Celeiro Ribeira do Fontão
Ainda
pela
cidade de Aveiro encontrámos um celeiro datado de 1959 levado ao abandono.
A
vista e a relação com a Ribeira do Fontão e as regras de projetar numa
estrutura preexistente acrescentando-lhe elementos novos foram os pontos
cruciais no desenvolvimento deste projeto pelo Arquiteto Manuel Damião Santos.
Com
custos reduzidos e um orçamento vinculativo, a organização do espaço procura
criar zonas habitáveis “mais ou menos nobres”.
4. Pinhel: Entre Portas
Por Pinhel
passámos e encontrámos uma antiga casa transformada num bar-restaurante. Daqui
aproveitou-se as paredes perimetrais em pedra e a cobertura em estrutura de
madeira. Daí cresceu então, uma volumetria pétrea, em betão à vista, que
determina o espaço e a distribuição das várias áreas funcionais do programa.
5. Espiunca: Casa Rural
Agora
por Arouca, mais concretamente na aldeia de Espiunca, num local pacato e de
descanso, encontramos dois edifícios construídos a diferentes cotas, ambos
construídos em alvenaria de xisto e com coberturas tradicionais.
Sem criar contrastes dramáticos na envolvente, o ABProjetos, desenvolveu-se a reabilitação e ampliação
das construções existentes, adotando-as às necessidades de habitabilidade e de
conforto atuais.
Esperamos que tenham gostado destas reabilitações tanto quanto nós.